
Beira de rio muda sua aparência a cada ano, depois da enchente, mesmo com rígido cais de pedra a defini-la. Nem o rio nem sua margem permanecem intactos à correnteza. Correnteza é tempo, beira de rio é matéria que o tempo arrasa e arrasta.
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Observar o fluir do rio é conceber o próprio tempo, frio, enrugado, inexorável, massa bruta e implacável em busca de foz, fim dos pequenos fios. E, também, o desdobrar das existências humanas e animais que seu fluir criou e depois carregou, em sua história de rio e corredor.
Trechos do capítulo 22 do romance "Beira de rio, correnteza".
Imagem: Bol Fotos, Militão dos Santos, Los Angeles
Trechos de extrema beleza.
ResponderExcluirLivro perfeito esse seu.
Abraços.