VENTURA E DANAÇÃO DE UM SALTA-MUROS NO TEMPO DA DITADURA

BEIRA DE RIO, CORRENTEZA - ventura e danação de um salta-muros no tempo da Ditadura - Nas boas livrarias e em www.mauad.com.br

quarta-feira, 23 de junho de 2010

O ROMANCE EM IBOTIRAMA










Mônica não pode ir a Ibotirama. Mas Bibi foi. E assim reunimos um bom grupo de interessados no encontro com o romance e com este que vos fala. Registro aqui o meu mais pleno agradecimento à ACCARI, que patrocinou o coquetel e a ornamentação das mesas, fazendo ainda a divulgação do evento na mídia local, ao GARAGEM BAR, na figura empolgada do Binho Mariano, que cedeu o local e deu apoio logístico e divulgação ao lançamento, e a todos que colaboraram para uma agradável noite. Gostei muito de tudo, parabéns a todos. Ainda não encontrei aqui uma fotografia com meu padrinho Eládio Almeida Pinto, ex-prefeito da cidade nos idos dos anos 1960, que marcou presença generosa, levando livros para todos os familiares.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

CARLOS BARBOSA & MAYRANT GALLO NA UEFS - 17.06


Os autores lançam seus livros mais recentes, Beira de rio: correnteza e Nem mesmo os passarinhos tristes, fazem leitura pública e conversam com os leitores, na UEFS, dia 17 de junho, a partir das 14 horas. O evento é uma iniciativa do Núcleo de Leitura Multimeios, da UEFS.

PROGRAMAÇÃO:
14:00 – Recital
14:30 – Leitura pública e conversa com os autores
16:00 – Sessão de autógrafos
16:30 – Café literário

LOCAL:
Universidade Estadual de Feira de Santana
Auditório IV, Módulo 6

sábado, 12 de junho de 2010

RESENHA PUBLICADA EM 'A TARDE'

DENSA CORRENTEZA DE POESIA E DRAMA

RUY ESPINHEIRA FILHO



Autor, entre outras obras (conto e poesia), do romance A dama do Velho Chico, lançado pela Bom Texto em 2002, selecionado pelo FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) para o PNBE (Programa Nacional Biblioteca Escola), em 2009, Carlos Barbosa nos leva de volta às margens do rio São Francisco, onde se passa a história, repleta de histórias, de Beira de rio, correnteza – ventura e danação de um salta-muros no tempo da ditadura. E se já no livro anterior se mostrava romancista capaz de uma narrativa segura, intensa, nesta nova obra revela-se ainda mais senhor de sua arte, com a qual nos conta a ventura e a danação de Gero, um garoto de 14 anos de idade, que se firma como um dos personagens jovens mais dramaticamente importantes da literatura brasileira.

Não há, neste juízo, nenhum exagero. Gero é mais do que convincente: é vivo. Inicialmente adolescente comum, com idéias, sonhos, interrogações e medos comuns, de todos os adolescentes – mas não dos mais destacados, tido até como um molenga –, aos poucos se vai envolvendo, um tanto por acaso e muito devido ao seu caráter inquieto e corajoso, em situações venturosas e danadas, principalmente com a descoberta do amor, da felicidade e, logo, da traição, do ciúme, de impulsos ainda em si insuspeitados. E tudo numa pequena cidade em que transitam ocultamente guerrilheiros fugitivos, perseguidos por soldados da ditadura militar, estes aterrorizando a comunidade, invadindo casas, suspeitando de todos, prendendo, interrogando, espancando, torturando – como no caso do inocente Zé de Gino, que depois das torturas não teve mais forças para a vida. O que aconteceu, de fato, com muitos inocentes, em várias regiões do país.

Lá está a presença sinistra da ditadura. Lá estão as sombras de dois guerrilheiros: Carlos Lamarca e Zequinha Barreto, cujos nomes jamais são pronunciados. Lá, além de um muro que Gero precisa saltar para não morrer, está, inesperadamente, o amor. E, em meio a tudo, o Velho Chico, com as águas mansas, ou irritadas, ou líricas, ou traiçoeiras, passando, passando...

O rio. Pelo menos desde Heráclito de Efeso, a mais perfeita metáfora da vida. Aliás, Carlos Barbosa nos diz: “Observar o fluir do rio é conceber o próprio tempo, frio, enrugado, inexorável, massa bruta e implacável em busca de foz, fim dos pequenos fios. E, também, o desdobrar das existências humanas e animais que seu fluir criou e depois carregou em sua história de rio e corredor.”

Lemos a história de Gero, mas também visitamos a história de um tempo e de um lugar, desde eras remotas. Trata-se, pois, de um romance bem mais vasto do que sugerem suas 208 páginas. Viajamos pela alma de Gero, pelos acontecimentos que o envolvem e em que se envolve voluntariamente, mas também estamos em contato com a alma da terra, de uma secular aventura humana à beira de um rio. O mistério do desaparecimento de Toninho, irmão mais velho de Gero, craque de futebol; o espetáculo da morte de Zé Dugogue; a doçura – e também o mistério – de Liana; a metralha dos soldados... Estes e outros momentos fortes, como tantos mais, são narrados em estilo enxuto, preciso, mas nunca áspero, pedregoso. Na verdade, o leitor logo percebe que Beira de rio, correnteza é tão perpassado pelo rio quanto pela poesia.

Com esta sua nova publicação, Carlos Barbosa vem enriquecer, e muito, a literatura brasileira, especialmente a ficção baiana, adentrando a atmosfera dramática e telúrica de um Herberto Sales, por exemplo. Um livro denso e maduro. Um belo romance.

Ruy Espinheira Filho é poeta e ficcionista.

Resenha publicada na edição de hoje, 12.06.2010, no Caderno 2+ do jornal A Tarde, Salvador/BA

quinta-feira, 10 de junho de 2010

NOITE DO LANÇAMENTO EM SALVADOR










Apenas algumas fotos. Tenho tudo gravado em mim. Saímos da LDM às 21h e tudo passou muito rápido. Deixo aqui uma correnteza de agradecimentos aos que compareceram. E aos que colaboraram para que o livro tivesse uma anunciação tão calorosa. Agora, vamos a Feira e depois à beira do rio, onde tudo começou.